GT01 – Português Língua Não Materna: diálogos entre ensino, descrição e formação (MANHÃ)

Coordenação: Dr. Alexandre do Amaral Ribeiro (UERJ); Dra. Adriana Rebello (UFF)

Resumo:  O GT01 reunirá trabalhos que contribuam com reflexões teórico-práticas e resultados de pesquisas cujo objeto de estudo seja especificamente a língua portuguesa em perspectiva não materna (língua adicional, língua de herança, língua estrangeira, segunda língua, segunda língua escrita para surdos, segunda língua para indígenas etc.). O GT dará prioridade a trabalhos que necessariamente analisem questões que articulem dois dos seguintes eixos: ensino, descrição, formação de professores especializados em PLNM, produção de materiais didáticos, avaliação da proficiência e afins.


GT02 – Texto e ensino: contribuição das abordagens discursivo-enunciativas (TARDE)

Coordenação: Dra. Claudia Moura (UERJ) e Dra. Lucia Deborah Araújo (Colégio Pedro II)

Resumo: Os mais diversos estudos linguísticos contribuíram, ao longo do tempo, para confirmar a centralidade do texto no ensino de Língua Portuguesa. Sua relevância é inquestionável, pois é apenas por meio de textos que o discurso, na sua qualidade de processo comunicativo, se efetiva. Em outras palavras, a interação verbal entre os interlocutores somente pode ocorrer por meio de textos orais ou escritos. Cabe, portanto, à escola o papel de desenvolver habilidades de leitura e escrita que tornem o aluno um competente usuário de sua própria língua. Este GT tem por objetivo congregar trabalhos cuja abordagem didática do texto, em seus mais variados gêneros, visem alcançar a proficiência dos alunos tanto na leitura quanto na produção textual. Para tal, trabalhos filiados a diferentes vertentes teóricas de natureza discursivo-enunciativas podem contribuir sobremaneira, uma vez que conceberão o texto como seu objeto de estudo precípuo.


GT03 – O mesmo objeto, múltiplos olhares: léxico em foco (MANHÃ)

Coordenação: Dra. Denise Salim Santos (UERJ) e Dr. Flávio de Aguiar Barbosa (UERJ)

Resumo: A proposta deste Gt é dar aos estudos lexicais que estão sendo realizados a relevância devida tendo em vista a produtividade que tais pesquisas alcançam no universo dos estudos linguísticos. O embasamento teórico pode ser distribuído por três campos: i) fatos léxico-gramaticais; ii)  propostas discursivas; iii) a seleção de palavras como marca estilística.  Assim espera-se acolher propostas que representem as diversas facetas relativas à abordagem do léxico seja  pela perspectiva lexicográfica, lexicológica, estilística, discursiva, as quais se espraiam pelos diversos gêneros e tipos textuais,  literários e não literários, mas que sempre  apontam para um trabalho de reflexão sobre as potencialidades funcionais e semânticas das palavras .


GT04 – Língua e discurso: propostas metodológicas para interpretação de textos (TARDE)

Coordenação: Dr. Charleston Chaves (UERJ); Dr. Marcelo Beauclair (UERJ); Dr. Ana Malfacini (UERJ)

Resumo:  A partir dos pressupostos teóricos da Análise do Discurso, da Semiótica Discursiva e demais teorias que promovam o vínculo entre os estudos linguísticos e os discursivos, esse GT tem o objetivo de reunir propostas que promovam a relação entre pesquisa e ensino, levando em consideração estratégias para interpretação de textos em língua portuguesa. Dessa forma, os trabalhos precisam apresentar recursos teórico-metodológicos que contemplem análises textuais tomando como referência sólidas abordagens a partir desses pressupostos teóricos adotados. Pretende-se que esse GT evidencie que é possível estabelecer uma relação entre recursos linguísticos e produção de sentido, entendendo a linguagem como processo interacionista. Assim, será possível abrimos espaço para a apresentação de trabalhos que contemplem metodologias para análises textuais. Isso certamente colaborará para um ensino mais produtivo de língua portuguesa e colocará em evidência diversos estudos que tenham o texto e o discurso como elementos essenciais ao ensino de língua portuguesa. Assim, deseja-se que este GT possa contribuir com apresentações e discussões importantes sobre as estratégias adotadas em sala de aula no que se refere à interpretação textual para que consigamos obter um ensino mais produtivo de língua portuguesa.  


GT05 – Lusofonia: pluricentrismo, internacionalização: cenários da língua portuguesa no mundo

Coordenação: Dr. Jefferson Evaristo (UERJ); Dra. Neusa Barbosa Bastos (PUC-SP, UPM); Dra. Luciane Boganika (Universidade de Rennes II-França)

Resumo:  Em um cenário de globalização, com os países cada vez mais unidos em trocas linguísticas, comerciais, econômicas, migratórias, religiosas e políticas, dentre outras, o fator linguístico ganha destaque inconteste. Por isso, inúmeras são as demandas da sociedade moderna que fazem com que a língua seja elemento de destaque no cenário mundial. Nesse sentido, é fundamental compreender a língua portuguesa dentro das perspectivas da Lusofonia, da pluricentralidade e/ou da internacionalização, uma vez que esses são cenários prementes desta língua e que impactam de maneira indelével em seus múltiplos aspectos. Em nosso GT, aceitaremos propostas de trabalho que considerem a língua portuguesa em uma de suas faces que esteja inserida em algum(ns) (dos) conceito(s) de nosso tema. Assim, trabalhos em PLE, PL2E, PLA, PLAc, PLH, PLNM, PBE e outros, por exemplo, são interessantes. As abordagens podem envolver descrição, ensino, formação de professores, certificação, curricularização, difusão, diferenciação, variação, materiais didáticos, experiências docentes, internacionalização ou outro aspecto relevante para a discussão acerca do papel internacional da língua portuguesa.


GT06 – Crítica textual: problemas, percursos e soluções (MANHÃ)

Coordenação: Dra. Cynthia Vilaça (UERJ), Dra. Laura Aparecida Ferreira do Carmo (Fundação Casa de Rui Barbosa), Dra. Soraia Farias Reolon (Fundação Casa de Rui Barbosa)

Resumo: Trabalhar com Crítica Textual não se limita ao laborioso processo de fixação do texto. Pensamos que editar textos é também colecionar histórias, que envolvem a “individualidade dos problemas”, como dizia o filólogo italiano Michele Barbi (La nuova filologia e l’edizione dei nostri scrittore da Dante al Manzoni, 1973). Cada obra terá seu “problema” e exigirá do crítico textual um tratamento diferenciado. Não existe um método universal quando se trata de preparar edições coesas e fidedignas. Assim, nossa proposta é que cada participante do GT possa não só apresentar uma edição concluída ou em processo, mas também relatar os problemas detectados, os caminhos percorridos e as soluções encontradas em cada etapa do trabalho.


GT07 – Discurso da/na mídia impressa e digital (TARDE)

Coordenação: Dra. Ceres Carneiro (UERJ) e Dra. Ângela Baalbaki (UERJ)

Resumo:  A mídia, instituição regulada e reguladora pelo/do Estado, opera sentidos e atua na constituição dos discursos por ela veiculado. Além disso, dá diretrizes a serem realizadas na sociedade: o que ler, o que perguntar, o que responder. Mariani (2006) afirma que há uma padronização nos modos de organização dessa agenda, isto é, “uma homogeneização histórica do sujeito” (MARIANI, 2006, p. 21). A produção midiática produz um efeito de veracidade, diga-se um efeito produzido pelo discurso jornalístico. O sujeito-leitor toma as informações como verdade e não consegue, por conta do efeito ideológico, perceber que é possível que haja outras relações de sentidos possíveis. As matérias publicadas pela mídia, em geral, não abrem espaço para a dúvida, para a incerteza. Não se questiona a veracidade e, portanto, só um “caminho” deve ser trilhado por esse leitor-missivista: “assujeitar-se aos processos normativizadores de individualização promovidos pelo Estado, institucionalizados jurídica e pedagogicamente e difundidos pela mídia como lugar de divulgação de sentidos logicamente estabilizados” (MARIANI, 2006, p. 39-40). Diante disso, o objetivo deste GT é discutir questões relacionadas aos sentidos postos em circulação na/pela mídia impressa e/ou digital, a partir de uma leitura discursiva. Acolhe, para tanto, pesquisas do âmbito da Análise de Discurso materialista.


GT08 – “Como” e “por que” ensinar gramática na Educação Básica: relatos de experiência de professores dos anos finais do Ensino Fundamental (TARDE)

Coordenação: Dra. Tania Maria Nunes de Lima Camara (UERJ) e Dra. Marcela Melo Martins Fraguas (FFP)

Resumo: Nos dias atuais, há certo consenso entre as teorias no que concerne ao conhecimento gramatical como instrumento para as práticas de leitura e de produção de textos orais e escritos. Entende-se que o professor deve contribuir para formação de usuários da língua e não de especialistas, distanciando-se, portanto, de planejamentos cujas ações visem à memorização com um fim em si mesma. A aprendizagem de conceitos normativo-gramaticais na perspectiva da reflexão e do uso em diferentes gêneros textuais é enfatizada em documentos curriculares oficiais, como a BNCC  (2018). De modo a destacar o papel do professor frente às teorias existentes, este simpósio visa reunir docentes pesquisadores, sobretudo dos anos finais do Ensino Fundamental, interessados no tema em questão, por meio de seus relatos de experiência. Apesar do reconhecimento de que não há fórmulas prontas no que diz respeito ao ensino de uma forma geral, considera-se que a socialização dessas estratégias é oportuna e contribui para a ênfase ao entrelaçamento entre teoria e prática e ao próprio ensino, haja vista que não há texto sem gramática. Tal motivação justifica-se pela crença de que ações interessantes, na perspectiva enfatizada, estão sendo realizadas nas salas de aula.


GT09 – Linguística textual e Ensino: propriedades, delimitações e perspectivas (MANHÃ)

Coordenação: Dr. Fabio André Cardoso Coelho (UFF) e Dra. Janine Maria Rocha da Silva (SME-RJ / SME -MP / UFF)

Resumo: Este GT se apresenta como uma proposta de discussão entre professores e pesquisadores em cujos trabalhos de investigação e pesquisa e/ou ensino de língua portuguesa destacam-se temas voltados para o texto em suas propriedades, suas fronteiras, suas perspectivas e tarefas mais atuais, sobretudo as dedicadas ao ensino. Nesse conjunto, serão consideradas proposições teóricas ou de aplicação sobre temáticas associadas à Linguística Textual (referenciação, topicalização, coerência, contexto, processamento sociocognitivo do texto, gêneros textuais, hipertexto, intertextualidade, multimodalidade, dentre outras). A partir dos estudos do texto, ressaltamos o necessário diálogo com trabalhos realizados em campos distintos do conhecimento, que busquem compreender e explicar essa entidade multifacetada que é o texto, em suas mais variadas situações de uso.


GT10 – Contribuições para uma educação ativa híbrida (TARDE)

Coordenação: Dra. Edila Vianna da Silva (UFF)

Resumo: Os falantes de uma mesma língua utilizam formas distintas de falar, em função de fatores linguísticos e sociais. Essas formas integram sistemas normatizados e, portanto, válidas, do ponto de vista científico, isto é, não há superioridade ou inferioridade intrínsecas nas variedades de qualquer língua. O tratamento didático dessa diversidade, no entanto, configura-se um dos aspectos mais complexos e preocupantes do trabalho docente. Sempre trazida à discussão, quando se focalizam as estratégias para o ensino de português, a abordagem da diversidade linguística em sala de aula enfrenta não só dificuldades teóricas e metodológicas como também a falta de materiais que facilitem a transferência do  conhecimento teórico dos docentes para as atividades em sala de aula. Nesse contexto, objetiva-se, na presente sala temática, discutir as práticas pedagógicas do trabalho com a variação, tais como  pesquisas variacionistas; o uso do livro didático; a abordagem do  preconceito linguístico, e outros temas relativos à pedagogia da variação linguística. Propõe-se, também, uma reflexão sobre as crenças e atitudes dos professores de Português em relação à variação linguística e as consequências de  posturas discriminatórias para o desenvolvimento linguístico do aluno. Espera-se, assim, contribuir para ações mais eficazes no ensino de língua portuguesa.


GT11 – História do Pensamento gramatical no Ocidente

Coordenação: Dr. Marcelo Moraes Caetano (UERJ)  

Resumo: Este grupo de pesquisa acolhe investigações sobre a tradição gramatical ocidental, que se dividiu, na busca de  subsídios para suas gramaticografias, entre a filosofia e a literatura. A correlação entre língua, filosofia e pensamento se processou nos pré-socráticos, nos retóricos e sofistas (séculos VII ao V a.C.), em Sócrates, Platão e Aristóteles (séculos V e IV a.C.), nos estoicos (séc. III a.C.), em grande parte nos escolásticos (séculos XII e XIII) e nos modistas/ especulativos ou gramáticos gerais (séculos XIII e XIV), nos gramáticos filosóficos/racionalistas, como os de Port-Royal (séc. XVII) e Jerônimo Soares Barbosa, na língua portuguesa (séc. XIX). Mais recentemente, temos como herdeiro dessa tradição o gerativismo de Chomsky e outras vertentes gramaticais. Por outro lado, a busca da literatura como uso a ser seguido nos idiomas, clássicos (grego  e latim) ou vernáculos (gramáticas científicas), se deu entre os alexandrinos como Dionísio da Trácia (século II a.C.), Varrão (século I a.C.), o período da renascença (séculos XV e XVI), e, enfim, em gramáticas como as de Nebrija (século XV), Fernão de Oliveira e João de Barros (século XVI). Devemos conceder especial relevo à gramática de Júlio Ribeiro, de 1881, primeiro instrumento gramatical da gramatização brasileira, que se baseou em aspectos científicos da língua. Assim, ao lado de conceber a língua como fenômeno que reflete o pensamento e o raciocínio, e as formas como eles devem ser comunicados, as gramáticas em sua tradição ocidental concebem a língua como necessariamente padronizada, tendo geralmente a literatura como baliza, a fim de que o pensamento e o raciocínio aludidos possam, também com um viés escrito e normativo, ser expressos. 


GT12 – História das Ideias linguístico-gramaticais no/do Brasil: passado, presente e futuro (MANHÃ)

Coordenação: Vanise Gomes de Medeiros (UFF) e Thaís de Araújo da Costa (UERJ)

Resumo: É bastante conhecida a formulação de Auroux ([1992] 2009, p. 12) segundo a qual “sem memória e sem projeto, simplesmente não há saber”. Partindo desse ensinamento, gostaríamos de ensejar a recepção de trabalhos que, debruçando-se sobre diferentes instrumentos linguísticos – gramáticas, dicionários, vocabulários, glossários, entre outros, como propõe Orlandi (1996; 2001) –, ou ainda sobre instrumentos de gestão política ou meta-instrumentos, conforme proposta de Guimarães (2014), dediquem-se à reflexão a respeito do processo de historicização dos conhecimentos linguístico-gramaticais no/do Brasil. Em outras palavras, são de interesse deste simpósio investigações que, tomando a relação indissociável entre língua e conhecimento, dediquem-se à compreensão das condições de produção que possibilitaram/possibilitam, no espaço-tempo brasileiro, a estabilização de determinados saberes – saber a língua/ saber sobre a (meta)língua(gem). Por fim, interessa ainda a este simpósio a inscrição de reflexões acerca de saberes em disputa por institucionalização e/ou disciplinarização, na sua relação com a manualização, bem como acerca de instrumentos linguísticos contemporâneos.


GT13 – Metáfora, metonímia e integração conceptual: investigações sobre multimodalidade e uso linguístico (TARDE)

Coordenação: Dra. Sandra Bernardo (UERJ) e Dra. Naira de Almeida Velozo (UERJ)

Resumo: A proposta do grupo de trabalho Caminhos da metáfora, da metonímia e da integração conceptual pela multimodalidade e pelo uso língua é reunir estudos que partam dessas teorias da Linguística Cognitiva (LC), estabelecendo ou não um diálogo com outras abordagens, como Linguística de Corpus e Análise Crítica de Discurso, a fim de descrever dados linguísticos e multimodais. Assim, esse convite se caracteriza pela abrangência teórica e metodológica necessária à descrição de fenômenos complexos empregados na comunicação cotidiana. Em A invenção do cotidiano, Michel de Certeau afirma que, apesar de “submetidos à linguagem ordinária”, “as cientificidades se permitem esquecê-la para constituir-se, e as filosofias acreditam dominá-la para autorizar-se a abordá-la”. Por sua assunção como abordagem baseada no uso, a LC vem propiciando, por meio do estudo da linguagem e do modo como a ação social é encenada pela linguagem, explicações que abarcam os aspectos sociocognitivos desafiadores e complexos das produções cotidianas.


GT14 – Estudos da Linguagem e o Antirracismo (TARDE)

Coordenação: Dr. Roberto Borges  (CEFET/RJ) e Dr. Samuel Oliveira (CEFET/RJ)

Resumo: Pressupondo que a categoria raça não é científica, mas, sim, uma construção política e social;  raça é uma invenção discursiva em torno da qual se organiza um sistema de morte e de exclusão, o racismo; raça é um significante deslizante, cujo sentido é referencial e não essencial (Hall: 2003 e 2021), este GT pretende reunir reflexões que tenham como base teórica as diferentes acepções dos Estudos da(s) Linguagem(ns), que reflitam sobre raça, racismo e antirracismo e que dialoguem com a Cultura, com as Artes e com a Sociedade de maneira ampla (cinema, teatro, mídia, política, corpos, sexualidade.


GT15 – Texto e gramática em perspectiva sistêmico-funcional (MANHÃ)

Coordenação: Dra. Magda Bahia Schlee (UERJ ) e Dra. Vania Lucia Dutra  (UERJ)

Resumo: A Linguística Sistêmico-Funcional (LSF), tal como proposta por Michael Halliday, corresponde a uma teoria geral do funcionamento da linguagem humana, concebida a partir de uma abordagem descritiva baseada no uso. Para Halliday (1994), todo uso que fazemos do sistema linguístico é funcional relativamente às necessidades da convivência em sociedade. Com base nesse pressuposto, interessa-nos, neste GT, reunir pesquisas realizadas a partir da abordagem teórico-metodológica da LSF, como também o resultado de investigações que circunscrevem o emprego do arcabouço teórico instaurado na perspectiva sociossemiótica delineada pela visão sistêmico-funcional, a saber: Teoria de gênero e registro (EGGINS; MARTIN, 1997), Pedagogia de gêneros da Escola de Sydney (ROSE; MARTIN, 2012), Análise Crítica do Discurso (FAIRCLOUGH, 1992; 1993), Sistema de Avaliatividade (MARTIN; WHITE, 2005). Desse modo, serão acolhidos trabalhos que tematizem 1) o funcionamento da linguagem e seus usos a partir de análise e descrição linguística, 2) as relações entre língua e cultura, texto e contexto, 3) ensino e aprendizagem de línguas, 4)práticas de ensino de gêneros textuais, entre outros.


GT16 – Diversidade linguística, gramática tradicional e ensino: oralidade e escrita (TARDE)

Coordenação: Laila Hamdan (UEMG)

Resumo: Há bastantes desafios que se impõem à realidade do ensino em língua materna. Desafios, em sua maioria, que se relacionam ao imposto pela chamada “gramática tradicional” e todas as suas interfaces e imbricações como a dificuldade em reconhecer a relevância (ou não) de sua presença nas aulas de Língua Portuguesa. Da mesma maneira, em viés diverso, considera-se também relevante identificar a percepção da diversidade linguística no mesmo espaço de ensino. Ambas observadas nas modalidades oral e escrita, cumprindo o objetivo do ensino de língua materna: contribuir para o desenvolvimento de habilidades linguística e comunicativa, em verdadeiras interações sociais dos estudantes. Nesse espaço, justifica-se o estabelecimento de pesquisas e estudos, uma vez que, certamente, serão construídos, constituídos e aperfeiçoados horizontes para a efetivação destes propósitos, produzindo materiais e reflexões que, quando socializados, trarão contribuições consistentes para a tarefa dos processos de ensino – a formação de sujeitos críticos.


GT17 – Processos de desenvolvimento da escrita na escola básica: parâmetros e Interfaces (TARDE)

Coordenação: Dra. Maria Teresa Tedesco Vilardo Abreu  (UERJ)

Resumo: O Grupo INTEGRA, coordenado por Vanda Menezes e por Maria Teresa Tedesco, vem se debruçando sobre os estudos circunscritos à temática Interação, texto e Gramática. Para este Simpósio, a proposição do Grupo de pesquisa é a apresentação de trabalhos de pesquisa com resultados parciais e/ ou conclusivos sobre o ensino da escrita na escola básica, considerando sua interface com o ensino da leitura e o ensino de gramática. Duas são as razões principais de interesse pelo tema proposto: de um lado o distanciamento que as avaliações de larga escala tomam em relação à escrita, às habilidades não avaliadas nos diferentes certames; de outro, a forte influência que o ENEM, a produção textual especificamente, exerce sobre a escola, sobre os estudantes, sobre a sociedade de um modo geral. A par deste quadro, é vigente senso comum de que os estudantes não escrevem bem, o que pomos em dúvida e desejamos pôr em discussão. Dessa forma, este GT traz como objetivo principal receber pesquisas que descrevem os avanços (ou não) dos estudantes frente à produção textual, ao desenvolvimento de habilidades de escrita, com vista à necessidade de repensar diferentes estratégias para o desenvolvimento da proficiência de escrita, considerando as pesquisas de Geraldi (2004), Koch & Elias (2017), Tedesco (2002, 2021, 2022). 


GT18 – Ler para a escola, ler para a vida (MANHÃ)

Coordenação: Dra. Maria Teresa Gonçalves Pereira (UERJ)

Resumo: Ler: técnica, prática social e performance. Ler: método, escola e fruição. Leitura: desejo. O fenômeno literário: diferentes olhares. Literatura e a função humanizadora. Vozes e palavras. Os encantadores. O ato de ler: os sentidos, as emoções e a razão. Leitura de imagens. Vozes de ontem, hoje e de amanhã. A leitura ao jeito de cada leitor. Todas essas abordagens  e reflexões serão muito bem-vindas a este Grupo de Trabalho, a fim de que o relato de experiências e pesquisas já feitas ou em andamento nesta área deem a relevância que se deve atribuir à prática da Leitura.


GT19 – Por um ensino mais relevante da escrita argumentativa: relatos de experiências na educação básica (TARDE)

Coordenação: Dr. Aytel Marcelo Teixeira da Fonseca (CEFET/ RJ)

Resumo: Em sua obra Portos de passagem, João Wanderley Geraldi lança um questionamento que, certamente, revela-se um grande desafio para professores de Língua Portuguesa comprometidos com seu trabalho: “É possível recuperar, no interior da própria escola, um espaço de interação, onde o sujeito se (des)vela, com uma produção de textos efetivamente assumidos pelos seus autores? (1997, p.140). Para se alcançar essa realidade em sala de aula, é preciso desenvolver práticas de ensino que, superando o trabalho com modelos inflexíveis e preconcebidos de texto, buscam aprimorar entre os alunos a habilidade de lidar com variados modos de abordagem dos temas e, principalmente, com as inúmeras formas de se dizer, escolhendo aquelas que mais se ajustam aos seus propósitos comunicativos, em busca dos efeitos de sentido desejados frente aos leitores. Com o objetivo de contribuir para essa importante discussão, este Grupo de Trabalho abre espaço para relatos de experiências de professores da Educação Básica (do 6º ano do EF ao 3º ano do EM) que desenvolveram ou estejam desenvolvendo práticas pedagógicas relacionadas à escrita de gêneros discursivos do universo argumentativo. É somente por meio dessa troca significativa de experiências – devidamente fundamentadas em teorias que concebem a língua como verdadeiro espaço de interação – que superaremos o desafio manifestado por Geraldi. 


GT20 – Linguagem e discurso na contemporaneidade (MANHÃ)

Coordenação: Dra. Michelle Gomes Alonso Dominguez (UERJ) e Dra. Verônica Palmira Salme de Aragão (UERN)

Resumo: O objetivo deste GT é reunir pesquisadores/as e professores/as dedicados/as à reflexão sobre os atravessamentos linguísticos, textuais e discursivos em questões relevantes na contemporaneidade. Nesse sentido, interessam-nos trabalhos voltados para a linguagem como um meio de ação que se debrucem sobre as diversas temáticas em pauta no debate social atual; sobre os impactos do digital na constituição de novas práticas discursivas; e sobre novas propostas de compreensão de conceitos já estabelecidos. São bem-vindas propostas vinculadas às diversas perspectivas teóricas que se tem denominado mais genericamente como Estudos do Discurso, sejam na área das Análises do Discurso, da Linguística Textual, do Ensino ou outras. Com isso, esperamos compor um espaço de debate e de troca que promova o enriquecimento de nossas reflexões no diálogo com epistemologias que contribuam para o reconhecimento e a construção de novas práticas sociais e discursivas. Entendemos que abordar a linguagem por perspectivas críticas possibilita desvelar os discursos predominantes da sociedade e, com isso, questionar os imaginários sociais advindos de vozes autorizadas, enquanto outras são silenciadas. Dessa forma, acreditamos que as relações de poder precisam ser questionadas a partir de práticas sociais e discursivas que promovam transformações libertadoras.


GT21 – A Análise Estilística aplicada a gêneros literários e não literários (MANHÃ)

Coordenação: Dr. André Conforte (UERJ) e Dr. André Valente (UERJ)

Resumo: A proposta de nosso GT parte do pressuposto de que a utilização do instrumental teórico fornecido pela Análise Estilística, nos planos fônico, léxico, sintático, textual e discursivo, é recurso fundamental para o exercício de compreensão e interpretação não só do texto de natureza literária, mas de qualquer outro gênero textual. A partir dessa tomada de posição, propomo-nos receber trabalhos dedicados à análise de natureza linguística-discursiva dos mais diversos gêneros, nos moldes de estudos já consagrados tanto da Estilística tradicional, na linha de autores como Leo Spitzer, Damaso Alonso e Othon M. Garcia, entre outros, mas também nos moldes de abordagens atuais que, a nosso ver, constituam efetiva contribuição aos estudos da área, como a Linguística Textual e a Análise Semiolinguística do Discurso, não se descartando outras possibilidades de abordagem, como o trabalho com sequências didáticas, nos moldes dos estudos de Schnewly & Dolz, ou a prática didática do comentário de texto, conforme preconizado por autores como Carreter & Calderón, na Espanha, e Antonio Candido, no Brasil.